quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

Curso de Educação Popular Crítico Freiriana

Fonte: Associação CORAJEM
"A ordem é ninguém passar fome
Progresso é o povo feliz"
Zé Pinto, Ordem e Progresso

Assentamento Contestado, na Lapa-PR
A Rede de Educação Cidadã – RECID realizou nos dias 15 e 16 de dezembro um curso de formação em educação popular, baseado na perspectiva da pedagogia de Paulo Freire. O curso aconteceu no assentamento Contestado, município da Lapa-PR, e teve como facilitadora Ana Inês de Souza.
Dentre as discussões e temas, o curso possibilitou um resgate do contexto histórico em que viveu Paulo Freire, e a maneira como este olhou para a história de seu país e percebeu os processos de desumanização e resistência de seu povo.


A proposta da pedagogia de Paulo Freire é a de possibilitar uma educação que ajude o povo a pensar; que as pessoas sejam capazes de ler não apenas textos, mas contextos.





Freire propõe uma metodologia diferenciada de trabalho com as comunidades, em que o educador deve buscar as palavras que tem significado para determinadas pessoas ou comunidades e, a partir dessas palavras, poder problematizar questões sociais.
Na oportunidade, foi exibido um filme, da série Realidade Brasileira (segue abaixo), onde, entre outros temas, foi
No filme, Freire discute, entre outras coisas, a importância do “sonhar, projetar, o conjecturar sobre o amanhã”, que se trata de um ato político e ético. “quem é o sujeito beneficiado do seu sonho?”. Freire diz que é preciso sonhar por justiça, direitos, por liberdade, não uma liberdade individual, mas coletiva.

Visita a Mandala do Sr. Henrique, assentado do MST

O curso foi um importante espaço para reflexão das ações realizadas pelos grupos participantes, num constante processo de auto-avaliação sobre as práticas, e se estas caminham no sentido de uma emancipação ou libertação popular, ou reproduzem a lógica do capital.

"As pegadas das pessoas que andam juntas nunca se apagam" (provébio Congo)

segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Colunista de jornal Professora Fabiana Orreda destaca Encontro da REDP



Solidariedade, valor para outro mundo possível

         Fazendeiros do agronegócio no Mato Grosso do Sul jogaram veneno, química homicida, no córrego Ypo'i, em Tekoha Guarani-Kaiowá Ypo'i, em Paranhos. Este fato ocorreu no dia 14 de novembro de 2012 enquanto as crianças e adultos Guarani e Kaiowá estavam tomando banho, e o rio virou uma espuma branca. 

         Deste muito tempo, o mundo também está perplexo com as notícias da Faixa de Gaza e a violência de Israel e aliados contra os Palestinos, intensificadas nesta última semana. Tantas outras guerras amplamente divulgadas pela imprensa. Tantas outras sem alcance mediático. Em uma entrevista publicada recentemente, Nurit Peled-Elhanan, professora e pacifista israelita, apresenta o resultado de sua pesquisa sobre os livros didáticos em Israel como um poderoso instrumento de disseminação do desrespeito, da negação e do rancor aos Palestinos. Alerta que desde a infância as crianças são treinadas ideologicamente para formar um exército apto para matar sem piedade. Ela compara os discursos de invisiblidade e manipulação de conceitos e informações com os mesmos que se usam em materiais didáticos na Europa quando diz respeito aos povos e países da África e América Latina, ou ainda quando se mencionam nestes recursos didáticos os povos tradicionais nestes países.
         Em Irati, também nesta semana, chegou outra família Kaingang, que se alojou no Centro Cultural em obras. As condições de hospedagem não são dignas e desta vez os itinerantes estão compartilhando o espaço ocupado por moradores de rua da cidade. Todos vítimas de exclusão social e genocídio.
         Os três acontecimentos tem grande semelhança, pois o tratamento racista a níveis extremos que se dá aos povos tradicionais aqui no Brasil, na América Latina ou no Oriente Médio é o mesmo, em aspectos conceituais da violência.
         A esperança da humanidade é que há uma tribo de sensibilidade, composta por uma rede de pessoas que muitas vezes não se conhecem, de várias nacionalidades e de distintos campos de trabalho, credos e culturas. É necessário intensificar nossas ações para este outro mundo possível. A demonstração desta construção para o novo mundo possível, ocorreu em Irati no fim de semana de 09 e 10 de novembro com um importante encontro de planejamento de ações do movimento da Economia Solidária e da Rede de Educação Popular do Paraná, reunindo dezenas de pessoas de todo o estado e também do Rio Grande Sul, agroecologistas, artesãos, movimentos de mulheres e educadores populares. As mudanças são responsabilidade de cada um, em atitudes amorosas e solidárias para este grande projeto de ser humano.

Fabiana Anciutti Orreda
Jornal Hoje Centro Sul

Jornal de Irati destaca 1º Encontro da REDP

O encontro aconteceu em Irati e foi o primeiro a nível estadual



Centro Sul - O 1º Encontro da Rede de Educação Popular e 2º Seminário de Economia Solidária e Economia Feminista foram realizados em Irati nos últimos dias 9 e 10 com os objetivos de avaliar e planejar a Rede para 2013 e integração de novos grupos à entidade. Durante o evento realizado na Unicentro, foram realizadas diversas palestras e ações envolvendo a economia solidária que, atualmente, é o principal eixo de trabalho da Rede.

segunda-feira, 19 de novembro de 2012

1º Encontro da Rede de Educação Popular do Paraná



Nos dias 9 e 10 de novembro aconteceu o 1º Encontro Estadual da Rede de Educação Popular do Paraná promovido pela REDP (Rede de Educação Popular do Paraná) e pelo projeto BRASIL LOCAL Economia Solidária e Desenvolvimento da SENAES/MTE (Secretaria Nacional de Economia Solidária e Ministério do Trabalho e Emprego) e gestado pela AVESOL (Associação do Voluntariado da Solidariedade).

Estiveram presentes em torno de 70 pessoas de vários grupos e entidades dos municípios: Irati, Curitiba, Mandirituba, Piraquara, Pitanga, São José dos Pinhais, Turvo, Inácio Martins, Fernandes Pinheiro, Mallet, Cascavel e Ponta Grossa.

O Encontro teve o objetivo de ampliar a participação de mais grupos, entidades e movimentos do Paraná para assim elaborar um planejamento de atuação da REDP para 2013. 



Na programação aconteceram:
No dia 9: formação e debate e Feira de exposição e de trocas;
no dia 10: o Planejamento onde foi construído coletivamente o novo desenho da REDP 2013, onde ficou assim definido:
Eixo central: Economia Solidária e eixos de atuação: 
  • Agroecologia, Agricultura Camponesa e Familiar;
  • Povos e Comunidades Tradicionais;
  • Saúde Popular;
  • Juventude;
  • Mulheres e Artesanato; e
  • Educação e Comunicação Popular.
Dentro destas propostas os representantes presentes destes movimentos formaram equipes que irão buscar fortalecer estes eixos por meio de estratégias que serão elaboradas e desenvolvidas no decorrer de 2013 e 2014.  

O diferencial da REDP é que a mesma vem sendo desenvolvida a partir das realidades locais, dos grupos, entidades e movimentos e quase sempre sem recursos e estrutura. Este processo mostra que é possível construir um Projeto Popular Solidário, onde os participantes contribuem com suas ideias e consegue entrelaçados em Rede desenvolver ações e lutas na unidade e na diversidade.

Em breve mais notícias e o Planejamneto completo da REDP.

segunda-feira, 5 de novembro de 2012

Edital de Projeto




PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA
SECRETARIA DE DIREITOS HUMANOS
 
Edital nº 06/2012 - Educação em Direitos Humanos SDH/PR - A SDH/PR torna público o presente EDITAL DE CHAMADA PÚBLICA VISANDO À SELEÇÃO DE PROJETOS VOLTADOS À EXECUÇÃO DE PROGRAMAS NO SEU ÂMBITO DE COMPETÊNCIA, A SEREM FINANCIADOS com recursos da União, em conformidade com os termos do Decreto n.º 6.170, de 25 de julho de 2007, da Portaria Interministerial n.º 507, de 24 de novembro de 2011, dos Ministros de Estado do Planejamento, Orçamento e Gestão, da Fazenda e do Controle e da Transparência, da Lei n.º 12.465, de 12 de agosto de 2011, do Termo de Cooperação n.º 57.000263/2012-13, entre a Secretaria-Geral da Presidência da República e a Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, aplicando-se, ainda, no que couber, os dispositivos da Lei n.º 8.666, de 21 de junho de 1993, e convoca as Instituições Privadas sem Fins Lucrativos para apresentarem projetos que coadunem com os programas e ações desta Secretaria, nos termos deste Edital.

Brasília, DF. 01 de novembro de 2012.
EDITAL DE CHAMADA PÚBLICA N.º 06/2012 Educação em Direitos Humanos SDH/PR:
Edital Chamada Pública Nº 06-2012 - SDH-PR
  1. Modelos de Documentos para formalização Convênios - Entidades privadas sem fins lucrativos

sexta-feira, 2 de novembro de 2012

Prefeito eleito de Irati participa de reunião do FMESI

Neste dia 25 de outubro de 2012 aconteceu mais uma reunião do FMESI (Fórum Municipal de Economia Solidária de Irati). A reunião realizou-se no salão da paróquia São Miguel no centro de Irati, onde participaram Grupos/empreendimentos de artesanato (Clubes de Mães dos bairros: Vila Nova e Engenheiro Gutierrez, Mulheres Guerreiras, Associação ANAPIS e Grupo de Mulheres Pedreira), de alimentação (Instituto Equipe e Associação ASSIS) e entidades de apoio (CORAJEM, RECID, Projeto BRASIL LOCAL Feminista e a UNICENTRO). Também estiveram presentes o Prefeito eleito Odilon Burgath e o Secretário do Partido dos Trabalhadores Paulo Ramos.

Na pauta estava a apresentação da Lei de Economia Solidária, a palavra do Prefeito, o histórico da Economia Solidária na região e do FMESI.

Depois da abertura, onde cada grupo presente trouxe um trabalho artesanal e colocou no chão da mística, o Prof. Cesar Renato do departamento de administração da UNICENTRO apresentou a Lei Municipal de Economia Solidária (constituída em 2009) onde mostrou que foram feitas adequações pelo fórum, pois a mesma na época não foi discutida com o Movimento da Economia Solidária do município, e além da lei apontou que o movimento necessita da criação de um espaço publico legal dentro da sociedade e que seja em formato de um Conselho Municipal. Também foi apontado pelo Fórum a necessidade de um espaço institucional da Economia Solidária dentro da prefeitura como uma secretaria ou departamento.



Odilon colocou que estão iniciando o processo de transição com a equipe e que depois de ver a situação em que se encontra as finanças da prefeitura, vai iniciar a construção estratégica da organização das secretarias. Segundo ele, será criado um espaço da Economia Solidária dentro de uma destas secretarias.

Em seguida a coordenadora Jessica dos Reis Costa apresentou o histórico do FMESI e junto com a coordenadora Rosalina Malinoski fecharam a reunião com o encaminhamento que a próxima reunião do FMESI acontecerá na paróquia São Miguel dia 23 de novembro as 14:30 e nesta será feito um planejamento para a atuação do FMESI em 2013.

terça-feira, 9 de outubro de 2012

Evento acontece dias 09 e 10 de novembro no Centro Cultural de Rebouças


 
O Movimento Aprendizes da Sabedoria (MASA) realizará nos dias 09 e 10 de novembro de 2012, nas dependências do Centro Cultural do município de Rebouças o 2º Encontro das Benzedeiras do Centro-Sul do Paraná
Para tanto, o MASA convida a participar deste importante momento: benzedeiras, benzedores, curadeiras, curadores, costureiras e costureiros de rendidura ou machucadura, rezadeiras, rezadores, remedieiras, remedieiros, massagistas tradicionais, parteiras e aprendizes de benzedura da região Centro-Sul do Paraná, além de autoridades, órgãos de pesquisa, entidades parceiras e movimentos sociais.

O objetivo do 2º Encontro é viabilizar um espaço para articulação e troca de experiências entre as Benzedeiras da região Centro-Sul do Paraná com intuito de fortalecer a luta do MASA pelo reconhecimento de direitos das Benzedeiras, por meio de diálogo com o poder público e elaboração de estratégias para superação dos conflitos étnicos, culturais, ambientais e sociais enfrentados pelas Benzedeiras.
 
O “Encontrão das Benzedeiras” será sobretudo um espaço de diálogo, primeiramente entre as Benzedeiras e num segundo momento entre Benzedeiras e poder público a fim de criar estratégias para o reconhecimento da identidade coletiva e cultural das Benzedeiras, bem como, seus serviços de saúde prestados gratuitamente à população.

sexta-feira, 5 de outubro de 2012

Reunião da Rede acontece em Piraquara

Neste dia 04 de outubro aconteceu a 2ª reunião da Rede de Educação Popular do Paraná na região de Curitiba no município de Piraquara.

Estiveram presentes alem de representantes de grupos de Agroecologia, Associação CORAJEM, GUAYI e RECID, também de Clube de Trocas, Padaria Comunitária, Artesanato e a visita ilustre do Pe. Rudimar de Porto Alegre da Entidade AVESOL (Associação do Voluntariado de Solidariedade) que ajudou na assessoria da reunião.


A proposta da reunião foi principalmente ampliar a Rede para outros municipios para alem da região de Irati e Guarapuava. Estiveram presentes pessoas dos municípios de: São José dos Pinhais, Piraquara, Mandirituba e Curitiba.

A reunião aconteceu o dia todo. Pela manhã iniciamos com uma bela mística que nos fez refletir sobre a humildade em seguida foi a discussão de como ampliar a Rede. Após um delicioso almoço (feijão tropeiro) iniciamos a tarde com a reunião das euipes (Articulação; Comunicação; Formação e Sustentabilidade), em seguida a construção da organização e programação do Encontro da Rede de Educação Popular do Paraná que acontece nos dia 9 e 1o de novembro na UNICENTRO (Univeridade Centro-oeste do Paraná) em irati. Para finalizar encerramos com um Clube de Trocas entre os/as participantes da Rede e um lanche maravilhoso.

quarta-feira, 19 de setembro de 2012

Reportagem Najua: A realidade dos Índios Kaingang em Irati

Grupo de professores de língua portuguesa e história formados pela Unicentro procurou a reportagem da Najuá para criar um vínculo entre os índios e a comunidade iratiense
Sassá Oliveira


Ângelo, índio Kaingang
Já faz algum tempo que os iratienses, se deparam com índios percorrendo as ruas vendendo balaios, cestas e outros objetos do artesanato indígena.

Os índios que vemos em Irati são Kaingangs da reserva indígena Ivaí, que fica no município de Manoel Ribas. Na reserva eles trabalham na agricultura e plantam feijão, soja, mandioca e batata para seu sustento. No entanto, as dificuldades de sobrevivência através da agricultura fizeram com que os índios passassem por uma transformação cultural e procurassem as cidades para vender seus artigos de artesanato. Eles ficam por curtos espaços de tempo, fabricam e vendem artesanato e depois retornam à reserva.

Até bem pouco tempo os kaingangs habitavam um terreno baldio ao lado da antiga rodoviária, localizada na rua Dona Noca e viviam em barracas de lona em condições muito precárias.

Quando a rodoviária mudou de endereço, a paralisação das obras do Centro Cultural (paralisadas desde 2010) propiciou aos índios a oportunidade de se instalarem em local que, apesar de sem condições básicas como água e luz, é melhor que as antigas barracas.

Índia Gamu fanzendo artesanato no local onde está sendo construído o Centro Cultural Denise Stoklos
"Existe preconceito, mas os índios são gente como nós e por uma questão ancestral são os verdadeiros donos do Brasil", comentam os professores


Um grupo de professores de língua portuguesa e história, formados pela Unicentro, que realizam um projeto do curso de Especialização em Educação e diversidade, procurou nossa reportagem com o objetivo de criar um vínculo entre os índios e a comunidade.

Segundo Marciano Eduardo, pós-graduado em educação e diversidade, a presença dos kaingangs em Irati tem gerado diversos conflitos. “O local onde os índios estão alocados hoje não é o ideal, não tem luz não tem água, não tem banheiro, mas no momento é o lugar que mais se enquadra com eles”, comenta.

O grupo de professores traçou algumas metas visando facilitar a vida dos kaingangs em Irati e integrá-los no contexto social. Uma delas é mediar conversas entre os índios e o poder público para possibilitar a construção de um espaço para abrigá-los durante o tempo em que estão na cidade.

Comunidade indígena posa para foto com Fabiana e o professor Marciano (ao centro)
O índio Kaingang Adilson ao lado da professora Fabiana Orreda













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quinta-feira, 13 de setembro de 2012

Assista vídeo sobre "Mitos sobre a Agroecologia"


Feira no Armazém Solidário


Nesta quarta-feira (12) aconteceu mais uma Feira no Armazém Solidário. Segundo integrantes do IEEP (Instituto Equipe Educadores Populares) e da ASSIS (Associação São Francisco de Assis de Agricultura Ecológica) que fazem a gestão do Armazém e da Feira, a comercialização dos produtos tem acontecido com exito e cada vez mais novos consumidores/as aderem a agroecologia.










A Feira acontece todsábado das pela manhã das 08:30 as 12:00 e fica localizado na rua Espirito Santo, 255 ao lado do Posto de saúde na Vila São João. Mais informações entrar em contato pelo telefone: 42 3422-5619.

quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Vamos a Feira!


A partir desta data 05/09/2012!

Toda quarta-feira será disponibilizado o Comércio de produtos oriundos da agricultura familiar da região, sem o uso de agrotóxicos, na sede do Armazém Solidário. Projeto que visa a Segurança Alimentar, potencializar a Agroecologia, e o Desenvolvimento Rural Sustentável.

Para Refletirmos!!!


quarta-feira, 1 de agosto de 2012

CORAJEM e Rede de Educação Popular tem projeto aprovado pelo FLD


     A Fundação Luterana de Diaconia – FLD, divulgou no dia 04 de junho, os projetos aprovados em seus quatro editais para 2012. Dentre os 122 projetos pré-selecionados no Brasil, foram aprovados 55 ao todo, e entre os aprovados está o projeto apresentado pela Associação CORAJEM, em parceria com a Rede de Educação Popular no Edital 01/2012, referente a economia solidária e comércio justo, está. O projeto entitula-se “6º Encontro da Rede Regional de Educação Popular e 2ª Feira Regional de Economia Solidária e Agroecologia”. A realização deste evento está prevista para o mês de setembro. 

Veja quais projetos foram aprovados em: 

segunda-feira, 23 de julho de 2012

Mídia: lado "A" e lado "B" da coisa.


Por Rodrigo Souza.
As grandes empresas multinacionais para manter o sua hegemonia e lucros exorbitantes (como no caso da Coca-Cola que faturou R$ 17,7 bilhões no Brasil em 2010 com 11% de aumento nas vendas) precisam estabelecer uma relação cada vez mais próxima (quase que familiar) com as pessoas, ou como eles chamam "consumidores ou números". Para isto precisam tocar um disco com a mesma melodia todo dia e que de tanto tocar provoca em nós uma sensação de que tudo que de lá ouvimos é a mais real verdade. 

O lado "A" desta suposta "verdade", promove que "VOCÊ" precisa vencer na vida, e para isto é necessário ter mais coisas, não importando que saibamos (pois não é divulgado) de que forma é produzido, ou seja, quais são os princípios éticos em que são extraídos ou processados estes produtos.

Em varias pesquisas recentes, mostra que estamos cada vez mais fragilizados devido as doenças (geradas pelo próprio sistema) que nos tira a energia e nos deixando depressivos, cansados, desiludidos, etc., então, o meio mais prático de forçar a adquirirmos estes produtos é mexendo com os nossos sentimentos nos enfraquecendo e nos apontam a solução por meio do consumo, assim gerando uma relação bem próxima.

Quem faz este papel de convencimento são os meios de comunicação, principalmente os canais de TV, que por meio de suas programações (propagandas, novelas, jornais, reality shows, etc.) geram uma ilusão de fácil acesso a lugares, produtos e serviços, maxificando que o "mundo do consumo" é uma das melhores formas de sentir prazer e se estabelecer em um status dentro da pirâmide da sociedade. 

O lado "B" deste mesmo meio de comunicação tenta nos convencer que não vale apena lutar coletivamente e que não levaremos vantagem nenhuma (isto quer dizer que não teremos lucro individual) com esta atitude de ser liderança. Para isto promovem que os espaços sociopolíticos são âmbitos de difícil acesso e que quem consegue ocupar estes espaços se torna uma pessoa não confiável, ou até mesmo criminosa. 

Resumindo, o lado "A" quer a qualquer custo aproximar as pessoas do consumismo e o lado "B" afastar as pessoas do papel de cidadão/ã atuante. Desta forma menos se pergunta por que das coisas e mais se pode manipular, assim estas empresas mantem seus lucros e poder de controle sobre a sociedade.

Leia tambem:
O papel da mídia burguesa no atual estagio da luta de classes
Por Tarso Genro* Carta Maior (www.cartamaior.com.br)
Ao longo dos últimos dez anos a disputa de princípios, na esfera da política, tornou-se mais complexa. Os argumentos tradicionais estão bloqueados por um senso comum formatado por uma repetição de “verdades”, cuja aceitação não se fundamenta em fatos ou provas, mas é criada pelo martelamento permanente, repetitivo, de “informações” que são passadas como se não precisassem de argumentação minimamente lógica. O fazer político e o discurso político, hoje, devem partir do pressuposto que o senso comum já está “trabalhado pela grande mídia” para formar “pré-conceitos” sobre todos os temas relevantes do país e do mundo.
Repito o que disse em outras oportunidades: quando falo em “grande mídia”, não estou me reportando a qualquer órgão de imprensa, em particular, nem a um ou outro jornalista, sejam eles manipuladores ou não das informações que transitam nas suas colunas ou matérias. Reporto-me ao produto “matéria informativa”, no mercado da notícia, que é fabricado para ser assimilado pelo senso comum, ou por parte dele, como conjunto que passa a circular de forma dominante, como verdade, na “grande mídia” nacional.
Assim, Chavez que ganhou sucessivas eleições na Venezuela e sofreu uma tentativa de golpe de Estado quase concretizada, passou a ser um “ditador”. Lula, que fez o governo mais democrático e avançado do país - em termos de progresso econômico, distribuição de renda e soberania nacional- nos últimos 50 anos, passou a ser retratado como um Presidente tosco, que teve a sorte de surfar nas boas ondas da economia mundial. A corrupção no Estado é apresentada sempre (e quando ela passou a ser mais combatida e por isso se tornou mais evidente) como uma “novidade”, ligada principalmente ao PT (mesmo quando os sacerdotes da moralidade pública são desnudados por inteiro e não são nem do PT, nem da esquerda).
Ao lado desses macro-eventos, alinham-se outros. Por exemplo, a deposição do ministro Orlando Silva, do PC do B, que é exposto cinicamente como participante de um esquema de corrupção, humilhado publicamente pela “grande mídia” perante o país e a sua família, sem qualquer cuidado com a verdade, e sobre o qual hoje não pende nenhum indício de culpa. O serviço - a chacina -, porém, foi feita de forma meticulosa, certamente respondendo a interesses econômicos e políticos obscuros.
Neste momento, a “grande mídia” atravessa um período de esforço para a legitimação da deposição golpista do Presidente Lugo. Abre, assim, um precedente perigoso no debate sobre o futuro das democracias na América Latina, que lembra os anos 70.
Os métodos são outros, mas os objetivos e os efeitos são os mesmos: travar reformas progressistas e roubar esperanças de mudanças dentro da ordem. Pode, uma maioria parlamentar, -mesmo legítima em termos eleitorais - promover a deposição sumária de um Presidente por “não cumprir adequadamente” as suas funções, sem direito a ampla defesa e sem mesmo um esboço de prova?
Ao aceitarmos como “normal” a deposição do presidente Lugo, qualquer maioria (seja qual for sua posição política) poderá interromper mandatos sem obediência a regras que presidem qualquer Estado Democrático de Direito, estimulando o desapreço do povo à democracia política. A naturalização da deposição de Lugo está sendo meticulosamente trabalhada para passar ao senso comum que ela foi um ato legítimo.
Há um outro aspecto interessante no movimento da mídia. Aquele que elege a “personalidade da vez”. Até há pouco tempo este era o Senador Demóstenes, que seria o contraponto à “herança Lula”. Pela sua probidade e intransigência em relação à corrupção, era considerado também um modelo ideológico, capaz inclusive de promover uma pauta bombástica (e falsa), como aquela que a Polícia Federal estaria gravando diálogos seus com o ex-presidente do STF, Gilmar Mendes, que, na oportunidade, mostrou-se justamente indignado.
Ministro da Justiça naquele período, considerando o pedido do ministro Gilmar que presidia o STF, determinei uma investigação rápida e profunda, que não localizou nenhuma escuta ilegal. Não seria Cachoeira o autor do grampo? Não seria falsa a degravação apresentada? Eis uma investigação suplementar que a PF deveria reabrir neste momento.
Atualmente, a figura mais promovida pela mídia é o senador Randolfe Rodrigues, do PSOL do Amapá. Assim como já foi, em outras oportunidades, a senadora Heloisa Helena, quando as suas diatribes udenistas serviam para a tentativa de desestabilização e promoção do fracasso do primeiro governo Lula. Ela era apontada pela mídia, naquela oportunidade, como exemplo de coerência política e consciência ideológica da esquerda e atraiu, pelo seu discurso radical contra Lula, o apoio e o voto de colunistas de jornais conservadores, ex-esquerdistas, que se autoproclamavam autênticos justiceiros do PT.
Buscava o governo, naquele momento difícil - não sem erros - dar estabilidade a uma maioria parlamentar para implementar um programa de crescimento econômico e melhoria na distribuição de renda, que hoje orgulha toda a nação. O senador Randolfe, portanto, que se prepare, pois quando ele se ocupar em esboçar alguma defesa coerente do programa socialista do seu partido, será também sumariamente despedido dos grandes noticiários e das colunas que hoje lhe cortejam, a medida que já terá sido devidamente utilizado pela “grande mídia” para que este purgue o seu amor a Demóstenes.
Diante deste cenário, sustento que os partidos de esquerda devem elaborar suas agendas estratégicas não exclusivamente pelo que está sendo retratado ou exigido pela “grande mídia”. A informação, na sociedade democrática, é também parte de uma guerra pelo mercado e a produção da notícia nem sempre corteja a verdade, mas quase sempre está orientada pela busca o aumento do número de consumidores da notícia.
Os dirigentes políticos da esquerda precisam compreender que o interesse dos veículos de comunicação pela polêmica - por razões comerciais - é muito maior que o interesse por debater os grandes temas, capazes de moldar um futuro melhor para o país. Só assim, com a defesa de agendas autônomas e de interesse público, como a reforma política, o verdadeiro e indiscriminado combate à corrupção, a crise européia e o fracasso neoliberal, poderemos nos libertar da sedução momentânea dos holofotes e não estaremos sujeitos às armadilhas midiáticas, que são colocadas frequentemente só para disputar o “mercado” da notícia. Não para informar e preservar a verdade.
(*) Governador do Estado do Rio Grande do Sul
Publicado originalmente na http://www.cartamaior.com.br/templates/materiaMostrar.cfm?materia_id=20588 19/07/2012