sexta-feira, 18 de abril de 2014

Missão do/a Cristão/ã. Feliz Pascoa!!!

Será que estamos continuando a missão que Jesus deixou para nós?

Parece que a nossa missão de cristão na garantia da justiça, do direito da igualdade e a liberdade (Jo 10,10) não está acontecendo, pois cada vez mais no mundo se multiplicam: doenças, violências, corrupção, veneno na nossa alimentação e agua, destruição do meio ambiente, aumento da miséria, fome, etc, etc, etc....

Para variar, temos que fazer a pergunta que a maioria das pessoas fazem: Quem é o culpado por esta situação? Talvez a pergunta não seja QUEM, mas o QUE gera este caos?

Acreditamos que uma das explicações é o enfraquecimento nas relações de solidariedade (conceito que no direito romano “obligatio in solidum” significava responsabilidade, cumplicidade comunitária), ou seja, menos solidariedade, menos relações de confiança entre nós. Assim, hoje a nossa convivência como comunidade ou sociedade não são mais regidas pelas relações de cooperação e solidariedade e sim por um sistema econômico, ou seja, pelo mercado do consumismo e da acumulação de riquezas (de poucos), comandado pelas multinacionais, que além de explorar trabalhadores/as de países de baixo IDH, está mudando a nossa cultura promovendo a competição e com o apoio da mídia (músicas, filmes, propagandas, novelas....), nos divide nos individualiza e assim vulneráveis para qualquer produto ou projeto de morte de exploração ou dominação, que infelizmente muitas das vezes somos “soldadinhos” que defendemos e apoiamos consumindo estes produtos e serviços e sendo garotos/as propaganda divulgando a marca.

As pessoas com mais vivencia e experiência, sabem que a bem pouco tempo atrás as relações de cooperação e solidariedade não eram “uma boa ação” e sim cultural, pois era natural, por ex.: quando era necessário sair o vizinho cuidava da minha casa. Quando faltava algum tipo de alimento (açúcar, sal,...) era só ir no vizinho e emprestar. Quando precisava até de dinheiro o “banco comunitário” mais próximo (e muitas vezes sem juro) era o vizinho. Outro ex.: bem importante de baixa ocorrência de violência (que hoje é um dos maiores problemas das sociedades: assaltos, estupros, homicídios, etc.), pois os moradores das comunidades cuidavam um dos outros garantido a segurança pública. Enfim, as relações de solidariedade na comunidade sempre eram a solução para qualquer dificuldade. Hoje infelizmente, até nas pequenas cidades, os vizinho malmente se conhecem o que dirá pensar juntos soluções para a comunidade onde moram.

Desta forma, como há menos confiança, menos pensamos e agimos coletivamente para buscar solucionar os problemas que nos rodeia em nossa comunidade, isto sem contar que muitos estão em diversas situações de sofrimento constante, como: estres, depressão, dependência química e/ou alcoólica, cometendo delitos e presos em cadeias, etc. Assim, como válvula de escape buscamos achar um culpado nas escalas de hierarquia da nossa sociedade, que pode ser desde de uma liderança comunitária (presidente de associação de moradores, das igrejas, etc.), passando pelos governantes locais (ex.: prefeito e vereadores) até chegar as maiores autoridades, que estão a frente de entidades privadas e públicas.

Claro que temos consciência que estas lideranças foram escolhidas democraticamente (ou não, pois falta muita consciência da importância de votar e muitos vendem o voto, por exemplo) e assim estes escolhidos tem que realmente fazer cumprir o que prometeu em discurso e/ou campanha. Mas, também é preciso que as pessoas e suas comunidades acompanhem e cobrem estas lideranças. Sobre isto não há como fugir, pois quando se fala governo democrático quer dizer governo do povo, ou seja, nós povo somos parte fundamental da governança.  

Esta governança podemos fazer de duas maneiras. Pode ser individual como cidadão/ã ou de forma organizada em um coletivo. Infelizmente, a maioria reclama individualmente (e isto não é surpresa, porque o sistema nos divide) usando os meios de comunicação (rádio, tv e internet) para gritar e espernear sobre o seu problema, muitas vezes sem argumentos ou conhecimentos de causa ou sem oficializar. Mesmo quando oficializam em documento alcançam pouco resultado, pois estas pessoas se cansam logo e acabam desistindo. Com certeza a forma de coletivo organizado tem muito mais força ou como uma entidade ou movimento social, pois um coletivo geralmente tem uma história, um objetivo comum, princípios, uma bandeira de luta, etc. que garante a continuidade das reivindicações.

Neste sentido, até Jesus não agiu sozinho, como aparece em vários contextos da bíblia e de forma mais intensa quando Jesus escolhe os apóstolos que eram lideranças comunitárias e que tinham fortes relações de confiança onde moravam. Depois de ouvirem o chamado, ainda como discípulos, Jesus apresentou a eles a missão (Mt 10, 1) e assim os mesmos preparados tendo em mente e na alma o que deviam fazer, vão espalhar a notícia de um novo Reino que virá (projeto de vida) de igualdade e fraternidade. Mas, na época não foi tudo tão tranquilo quanto pareceu, pois além de anunciar um novo Reino, também tinham que denunciar os problemas que os governantes políticos e religiosos causavam, como a exploração do trabalho, a dominação e alienação religiosa, o abuso do poder, entre outros, que fazia com que o povo ficasse com medo e assim refém do sistema da época.

Assim fica a reflexão: E nós, o que fazemos? Assumimos o nosso batismo e a condição proposta de Jesus para continuar a construção do reino? Ou vamos continuar esperando que um governante vem nos salvar?

Acreditamos que nós da REDP, na prática, junto as organizações parceiras, estamos promovendo a continuidade da construção do Reino por meio de vários projetos e ações, como a: Economia Solidária na valorização do trabalho e do/a trabalhador/a, consumo de alimentos ecológicos (sem agrotóxicos), defesa do meio ambiente, direitos humanos, do lugar da mulher, do protagonismo da juventude, das etnias e povos tradicionais, das comunidades, ente outros.

Jesus é o Senhor da história:  Os onze discípulos foram para a Galiléia, ao monte que Jesus lhes tinha indicado. Quando viram Jesus, ajoelharam-se diante dele. Ainda assim, alguns duvidaram. Então Jesus se aproximou, e falou:

«Toda a autoridade foi dada a mim no céu e sobre a terra. Portanto, vão e façam com que todos os povos se tornem meus discípulos, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo, e ensinando-os a observar tudo o que ordenei a vocês. Eis que eu estarei com vocês todos os dias, até o fim do mundo.»

Feliz Pascoa!

sábado, 12 de abril de 2014

3ª Feira de Economia Solidária reuni 27 empreendimentos de vários municípios do Paraná

Foi realizada em Irati – Pr, a 3ª Feira Regional de Economia Solidária e Soberania Alimentar e contou com a presença de 27 EES - Empreendimentos Econômicos Solidários. Além de Irati outros municípios, como: Ponta Grossa, Mallet, Fernandes Pinheiro, Curitiba, Mandirituba, Piraquara e Mandirituba estiveram presentes. 

A Feira teve inicio na sexta dia 4 com a abertura oficial com a formação da mesa com a presença de autoridades, como o Odilom Burgath prefeito de Irati , Estanislau Fillus Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Marici Mazepa da RECID, Gilnei Machado assessor do Deputado Tadeu Veneri, Taís Regina Denhuke do Projeto Rede Nacional de ECOSOL e Feminista do governo federal, Solange da Silva coordenadora do FMESI, Rafael representando o prefeito de Mallet e Rodrigo Souza do DESA - Departamento de Economia Solidária e Artesato de Irati.

Os EES´s trouxeram uma diversidade de produtos para oferecer aos consumidores de Irati, entre eles: artesanatos, bolsas, confecções, esculturas e alimentos agroecológicos (sem veneno), panificados, chocolates, doces, salgados, entre outros.

Além da oferta de produtos nos estandes da feira, também aconteceram Oficinas do conhecimento, como: Fabricação de Tinta Ecológica da Terra com a assessoria de Marcelo Campelo da Secretária da Agricultura de Irati; Confecção de Moeda Social e as Trocas Solidárias com a assessoria de Madalena Santos da RECID e; Agroecologia e Consumo Consciente com a assessoria da Profª. Silvana Moreira do IFPR.

Também aconteceram as apresentações culturais e artísticas, com a Capoeira do Grupo Muzenza, Gaita com o “Tio Bilia”, Violino e violão com Crisiane e Bruno, a Banda de Roque Escultores de Alento, entre outros artistas.  
A realização da Feira sempre aconteceu por meio da REDP – Rede de Educação Popular do Paraná que é um Movimento Social que integra e articula Educadores/as Populares que fazem parte de diversos grupos, entidades e do poder público do Paraná e que além da Feira, desenvolvem várias ações:
  • EAPJ – Escola de Agentes Populares da Juventude;
  • Seminários Municipais de Políticas Públicas;
  • Assessoria para criação de Fóruns e Conselhos Municipais e;
  • Integração de Projetos e Parcerias.

Este ano o apoio financeiro principal é da RECID – Rede de Educação Cidadã do Projeto TALHER da Secretaria de Direitos Humanos do governo federal, da Prefeitura Municipal por meio do DESA – Departamento de Economia Solidária e Artesanato (que foi criado no mês de fevereiro) e apoio organizativo do FMESI – Fórum Municipal de Economia Solidária de Irati.

A Feira tem por objetivo fomentar e disseminar a Economia Solidária (ECOSOL) como nova forma de Desenvolvimento Local Sustentável e de Soberania Alimentar da região e do estado do Paraná. Com isto, a proposta é que a partir da Economia Solidária, os/as trabalhadores/as sejam protagonistas, sujeitos de sua história de vida e construam um sistema econômico tendo como centro, não só a produção e a comercialização, mas também tenham TEMPO para VIVER e viver com qualidade e sustentabilidade.

Sabemos que da forma que o sistema econômico é organizado no Brasil, a proposta é produtivista e assim os que mais trabalham ficam com a menor fatia da riqueza gerada. Apesar de algumas políticas públicas de assistência social, como o bolsa família, a distribuição de renda e o pouco investimento em políticas públicas estruturantes, em saúde, educação, alimentação de qualidade (sem veneno), entre outros, são a causa dos maiores problemas, como a violência, as doenças, a drogadição, entre outros, que ocorrem no Brasil.



Assim a Economia Solidária, por meio da Feira e a partir de seus princípios de Cooperação, Solidariedade, Divisão Justa da Riqueza e principalmente da Prática da Autogestão, além de oferecer produtos de qualidade, também, propõe criar outras formas de se organizar como sociedade e assim gerar bem estar a todos e todas.

Segundo os feirantes a Feira alcançou seus objetivos, como de: Expor e divulgar os produtos e serviços produzidos por grupos/empreendimentos de ECOSOL. Apresentou a diversidade e o potencial da ECOSOL na produção coletiva, no comercio justo, no consumo consciente, nas finanças solidárias e credito alternativo de Banco Comunitário e a Moeda social. Proporcionou a ampliação do conhecimento por meio de formação em espaço de partilha de conhecimento entre trabalhadores/as da ECOSOL, consumidores e a população em geral. Promoveu espaço de união do Campo e a Cidade para troca de experiências e buscou alternativas de garantir a Segurança e Soberania Alimentar para a região e estado.  Valorizou e firmou a Agroecologia como forma autossustentável da produção de alimentos sem agrotóxicos (venenos), garantido assim: saúde aos consumidores, proteção ao meio ambiente, geração de renda e o fortalecimento das comunidades do campo. Fortaleceu o Movimento Social da Economia Solidária como espaço de construção de propostas, projetos e sensibilizar a sociedade da necessidade da construção de Políticas Públicas para a região e o edetox sucostado.


A Coordenação da Feira agradece a todos e todas entidades, prefeitura e pessoas que de uma forma e de outra colaboraram e participaram e conta com o apoio e envolvimento para os próximos eventos que acontecerão futuramente.

quinta-feira, 3 de abril de 2014

3ª Feira de Economia Solidária e Soberania Alimentar acontece em Irati - Pr

        A Feira de Economia Solidária e Soberania Alimentar está na sua 3ª edição. As outras aconteceram em fevereiro de 2010 e março de 2013. Na 1ª em 2010, com o apoio do projeto Comercialização Solidário do Governo Federal estiveram presentes 44 empreendimentos. Na 2ª em 2013, com a ampliação de apoio de parcerias, com o patrocínio da entidade da FLD – Fundação luterana de Diaconia do Rio Grande do Sul e com a criação do FMESI – Fórum Municipal de Economia Solidária de Irati foi possível a realização. Como experiência foi um sucesso, pois houve um grande intercâmbio entre os feirantes e também entre os produtores e consumidores proporcionando futuros processos de negócios, ampliação da produção e um grande aprendizado de organização e autogestão.
   
A realização da Feira sempre aconteceu por meio da REDP – Rede de Educação Popular do Paraná que é um Movimento Social que integra e articula Educadores/as Populares que fazem parte de diversos grupos, entidades e do poder público do Paraná e que além da Feira, desenvolvem várias ações, como: a EAPJ – Escola de Agentes Populares da Juventude; os Seminários Municipais de Políticas Públicas; a Assessoria para criação de Fóruns e Conselhos Municipais e; a Integração de Projetos e Parcerias.

Este ano o apoio financeiro principal é da RECID – Rede de Educação Cidadã do Projeto TALHER da Secretaria de Direitos Humanos do governo federal, da Prefeitura Municipal por meio do DESA – Departamento de Economia Solidária e Artesanato que foi criado no mês de fevereiro e apoio organizativo do FMESI – Fórum Municipal de Economia Solidária de Irati. Este ano são em torno de 27 Grupos/Empreendimentos de vários município do Paraná e que trabalham e comercializam: artesanato de utilidade e funcionalidade, confecção de roupas e calçados, alimentação agroecológica, produtos de limpeza como sabão ecológico, entre outros.

A Feira tem por objetivo fomentar e disseminar a Economia Solidária (ECOSOL) como nova forma de Desenvolvimento Local Sustentável e de Soberania Alimentar da região e do estado do Paraná. Com isto, a proposta é que a partir da Economia Solidária, os/as trabalhadores/as sejam protagonistas, sujeitos de sua história de vida e construa um sistema econômico tendo como centro não só a produção, mas também que estas pessoas tenham TEMPO para VIVER e viver com qualidade e sustentabilidade. Sabemos que da forma que o sistema econômico é organizado no Brasil, a proposta é produtiva e assim os que mais trabalham ficam com a menor fatia da riqueza gerada. Apesar de algumas políticas públicas de assistência social, como o bolsa família, a distribuição de renda e o investimentos em políticas públicas estruturantes é a causa dos maiores problemas que ocorrem no Brasil. Um destes problemas é a violência que só tem feito crescer e cada vez mais com mais crueldade, como acontece com as mulheres, onde a cada 5 minutos uma é ferida, morta ou violentada.

Assim a Economia Solidária por meio da Feira não quer somente comercializar seus produtos, mas também a partir de seus princípios de Cooperação, Solidariedade, Divisão Justa da Riqueza e principalmente da Prática da Autogestão, criar outras formas de se organizar como sociedade e assim propicie o bem estar de todos e todas. Além disto, a Feira pretende:

  • Expor e divulgar os produtos e serviços produzidos por grupos/empreendimentos de ECOSOL.
  • Apresentar a diversidade e o potencial da ECOSOL na produção coletiva, no comercio justo, no consumo consciente, nas finanças solidárias e credito alternativo de Banco Comunitário e a Moeda social.
  • Proporcionar a ampliação do conhecimento por meio de formação em espaço de partilha de conhecimento entre trabalhadores/as da ECOSOL, consumidores e a população em geral.
  • Promover espaço de união do Campo e a Cidade para troca de experiências e buscar alternativas de garantir a Segurança e Soberania Alimentar para a região e estado.  
  • Valorizar e firmar a Agroecologia como forma autossustentável da produção de alimentos sem agrotóxicos (venenos), garantido assim: saúde aos consumidores, proteção ao meio ambiente, geração de renda e o fortalecimento das comunidades do campo.
  • Fortalecer o Movimento Social da Economia Solidária como espaço de construção de propostas, projetos e sensibilizar a sociedade da necessidade da construção de Políticas Públicas para a região e o estado.
 Programação:
Dia 04 - Sexta:
18:00 – Acolhida e credenciamento dos grupos;
20:00 – Abertura Oficial;
22:00 – Encerramento do dia;

Dia 05 - Sábado:
07:30 – Organização das bancas;
08:30 – Abertura da Feira para a comercialização;
09:00 – Curso de Formação: “As relações de Poder e a Criminalização dos Movimentos Sociais” (acontecerá no salão em anexo à feira);
16:00 – Encerramento do Curso;
16:00 – Início das Apresentações Culturais;
21:00 – Fechamento da Feira;

Dia 06 - Domingo:
09:00 – Abertura da Feira para a Comercialização;
09:15 – 1ª Oficina: Tinta Ecológica;
10:30  – 2ª Oficina: Moeda Social
13:30 – 3ª Oficina: Consumo Consciente;
15:00 – 4ª Oficina: Cultivo da Semente Criola;
18:00 – Encerramento.
Obs.: As inscrições para as oficinas são gratuitas e qualquer pessoa pode participar.