Por Rafaela Bez.
Atualmente,
o modelo de economia dominante é o capitalismo, que surgiu no século
XIX denominando liberalismo. Esses modelos econômicos visam o lucro sob
os seus produtos e serviços, a obtenção da propriedade privada e dos
meios de produção e, segundo Karl Marx, a divisão de classes. Atrelado
ao capitalismo está o consumo, maneira pela qual o ser humano desfruta
de suas necessidades, sendo elas básicas ou desejáveis.
No
cinema, o capitalismo e o consumo são muito discutidos, sendo como modo
de crítica ou como produto mercadológico, que induz ao consumismo e a
obtenção de produtos, os quais são representados nas telas. O filme
Margin Call – O Dia Antes do Fim (2011), de J. C. Chandor, retrata o
capitalismo partindo do princípio da crítica e reflexão sobre os
problemas causados pelo modelo econômico. A trama se inicia com a
demissão em massa no banco de investimentos, focando-se no chefe
responsável pela gestão de riscos. Eric Dale (Stanley Tucci) preocupa-se
com um estudo que planejou sobre as ações irregulares da empresa,
repassando suas análises para o jovem Peter Sullivan (Zachary Quinton),
engenheiro especialista em propulsão, mas que atua no mercado
financeiro. O filme busca retratar, por meio da ficção, momentos
críticos pelos quais passaram as instituições financeiras
norte-americanas durante a crise de 2008.
O
economista, integrante do Instituto Humanitas Unisinos (IHU) e membro
do corpo docente da Universidade Vale do Rio dos Sinos (UNISINOS), Gilberto Faggion ressalva
a maneira na qual o capitalismo e o consumo são retratados no cinema.
“Em filmes que o capitalismo e o consumo são abordados de maneira
crítica, podemos analisar os aspectos técnicos do mesmo. Em filmes como
Margin Call (J. C. Chandor – 2011) e Inside Job (Charles Ferguson –
2010), as decisões e debates feitos sobre o tema, geralmente são feitos
em ambientes escuros, tenebrosos e sombrios, que de maneira objetivada
ou não, induz à ideia de que a ação retrata o momento em que o atual
modelo vive: de crise e decadência”, diz.
Comunismo
e o socialismo também são abordados, mesmo de maneira menos intensa. Um
filme que representa esta maneira de abordagem é o filme “Che (2008)”,
do diretor Steven Soderbergh, que conta a história de um jovem médico,
Ernesto "Che" Guevara (Benicio Del Toro) e seu irmão Raul (Rodrigo
Santoro). Guevara era argentino, que tinha por objetivo ajudar a
derrubar o governo ditador de Fulgêncio Batista. Ele se integrou à
guerrilha, participando da luta armada em luta pela igualdade e justiça
entre os povos.
Sociólogo
graduado pela Universidade Estadual de Maringá (UEM), Jonas Jorge da
Silva, ressalva a maneira com que os espectadores absorvem o tema
capitalismo e consumo nos filmes e, em outras abordagens midiáticas. “A
concepção do ser humano através desse tipo de tema é redundante. Da
mesma maneira que ele absorve a crítica e define que o consumo
exacerbado o prejudica, ele também absorve a indução de produtos
retratados pelo cinema, consumindo-os, muitas vezes”. De acordo com a
análise social de Silva, o espectador pode adquirir consigo tanto a
crítica como a persuasão do tema.
Nenhum comentário:
Postar um comentário